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O mercado global de Alzheimer em transformação: inovações e impactos no Brasil

O mercado global de Alzheimer está passando por uma transformação significativa. Segundo a GlobalData, é esperado que este mercado atinja US$ 19,3 bilhões até 2033, impulsionado por avanços científicos e novos tratamentos revolucionários.


Medicamentos como o Leqembi, desenvolvido pela parceria entre Eisai e Biogen, e o Donanemab, da Eli Lilly, prometem mudar o curso do tratamento da doença, oferecendo opções que retardam a progressão dos sintomas. Esses avanços representam não apenas um marco na medicina, mas também uma janela de possibilidade para inovações tecnológicas no cuidado com pacientes e suporte a cuidadores.


No entanto, os desafios permanecem enormes. Dados do National Health Statistics Reports (NHIS) mostram que 4% dos americanos com 65 anos ou mais receberam diagnóstico de demência em 2022. O impacto da doença é devastador não apenas para os pacientes, mas também para seus familiares, que enfrentam sobrecarga emocional e financeira. É nesse contexto que soluções inovadoras, especialmente na área de healthtech, podem desempenhar um papel crucial no desenvolvimento de abordagens acessíveis e escaláveis.


Inovações em healthtech e tecnologia

A interseção entre biotecnologia e inteligência artificial (IA) tem criado novas possibilidades no diagnóstico precoce, no desenvolvimento de tratamentos e no suporte a pacientes com Alzheimer e outras demências.


Nos últimos anos, tecnologias baseadas em IA têm sido utilizadas para analisar grandes volumes de dados médicos, identificando padrões que poderiam passar despercebidos. Essas soluções não apenas aumentam a precisão nos diagnósticos, mas também ajudam a personalizar os tratamentos de acordo com o perfil de cada paciente. Por exemplo, o uso de wearables para monitorar padrões de sono, comportamento e cognição pode oferecer insights valiosos tanto para profissionais de saúde quanto para cuidadores.


No Brasil, onde o envelhecimento populacional é uma realidade crescente, há um potencial significativo para adaptar essas tecnologias às especificidades do sistema de saúde local. Segundo o Relatório Nacional sobre a Demência (Ministério da Saúde, 2024), a prevalência da demência atinge cerca de 8,5% da população com 60 anos ou mais, com diferenças regionais importantes. Programas de telemedicina voltados ao acompanhamento de pacientes com demência, aliados à educação digital de cuidadores, são exemplos de inovações que podem transformar o cenário atual.


Os desafios e avanços dos novos tratamentos

Os avanços terapêuticos trazem também desafios logísticos e de infraestrutura. Medicamentos como Leqembi e Donanemab, que oferecem a possibilidade de retardar a progressão da doença, demandam um sistema de saúde preparado para realizar diagnósticos precoces e gerenciar tratamentos de longo prazo. Para isso, é fundamental a colaboração entre setores público e privado.


O envelhecimento da população brasileira representa um desafio urgente. Segundo projeções do mesmo relatório, o número de pessoas vivendo com demência no Brasil deve saltar de 2,46 milhões em 2019 para 8,74 milhões em 2049, destacando a importância de estratégias integradas para lidar com a crescente demanda por cuidados especializados.


A interseção entre tecnologia, ciências da vida e IA pode alavancar iniciativas que tragam benefícios concretos ao sistema de saúde. Desde aplicativos de monitoramento de cognição até plataformas educacionais para cuidadores, há espaço para inovações que integrem tecnologia e humanização do cuidado.


Parcerias estratégicas têm se mostrado fundamentais para fortalecer o ecossistema de inovação em saúde no país. O IBIS tem trabalhado para conectar diferentes atores desse ecossistema – startups, hospitais, universidades e indústrias – promovendo colaborações que geram impacto positivo e transformam desafios em oportunidades.


O impacto do envelhecimento no Brasil

Com uma população em processo de envelhecimento acelerado, o Brasil enfrenta um desafio duplo: preparar sua infraestrutura de saúde para atender às demandas crescentes e promover soluções acessíveis para os pacientes e seus familiares. Dados do IBGE apontam que até 2050 cerca de 25% da população brasileira terá mais de 60 anos, aumentando a prevalência de doenças crônicas como o Alzheimer.


Esse cenário exige não apenas avanços na medicina, mas também uma mudança de paradigma na forma como cuidamos de nossa população idosa. A inovação em healthtechs pode ser a chave para endereçar esses desafios de maneira escalável e eficiente.


O mercado de Alzheimer está em plena transformação, impulsionado por avanços terapêuticos e pela convergência entre biotecnologia e tecnologia da informação. No Brasil, iniciativas que integram inovações tecnológicas com as necessidades de pacientes e cuidadores podem gerar impacto significativo e fortalecer o sistema de saúde.


O futuro do cuidado com o Alzheimer está sendo construído hoje, e é essencial que continuemos investindo em soluções inovadoras e sustentáveis. Quais desafios e oportunidades você enxerga no cuidado com o Alzheimer no Brasil? Compartilhe sua experiência ou visão sobre como podemos inovar e transformar esse setor juntos.


Marcio de Paula, fundador do IBIS



por Marcio de Paula

Instituto Brasileiro de Inovação em Saúde - IBIS

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